Lean Six Sigma: o que é? Quando aplicar na saúde?
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Lean Six Sigma: como aplicar a metodologia na área da saúde?

Atualizado: 7 de mai. de 2021

Aqui no blog já falamos sobre o Lean Healthcare - uma versão da metodologia Lean para área da saúde, mas você sabe o que é Lean Six Sigma? Basta continuar a leitura para aprender mais sobre o tema!



Conceitos da Metodologia Lean


Na área da saúde, a Metodologia Lean está voltada para encontrar desperdícios e eliminá-los, tendo como objetivo principal a geração de valor agregado ao paciente. Nesse sentido, quando falamos em desperdícios, vale destacar que existem 8 tipos mais comuns:


O foco de hoje não está nos tipos dos desperdícios e sim na metodologia Lean Six Sigma, que é a junção do Lean com o Six Sigma. No entanto, antes de falarmos sobre ela, é importante ter em mente mais um conceito, desta vez sobre:


O que é o Six Sigma?


Trata-se de uma metodologia difundida pela Motorola em que o foco está voltado para redução de erros e solução de problemas complexos - aqueles nas quais as causas raízes são difíceis de serem identificadas.


Dentro dessa abordagem, para identificar as causas raízes é importante escolher um método de melhoria como o DMAIC, além de ferramentas específicas para listar as causas e o problema enfrentado (como o Diagrama de Ishikawa, por exemplo).



Diferenças entre Lean x Six Sigma


Não existe uma metodologia melhor ou pior. Ambas têm objetivos similares: enquanto o Lean colabora para velocidade e eficiência nos processos, o Six Sigma contribui para qualidade dos mesmos e apresenta um alto teor estatístico no que se refere à resolução de problemas.


Além disso, vale destacar que os dois prezam pela melhoria contínua: no Lean o ciclo PDCA é o método utilizado para otimização contínua dos processos, enquanto no Six Sigma temos o método DMAIC utilizado para o mesmo fim.


PDCA e DMAIC na área da saúde


Tanto o ciclo PDCA como DMAIC podem ser aplicados na área da saúde. Geralmente são adotados para o fim de buscar a melhoria contínua e solucionar problemas no ambiente de trabalho. Além disso, estes ciclos tem a base no método gerencial de René Descartes, que é composto por um objetivo, meta e plano de ação. No PDCA as etapas são:


1 - Planejamento (Plan)

Momento para identificar o problema que sua unidade de saúde enfrenta, analisar o fenômeno e processo em que ocorre. Depois de passar por estas três subetapas é criado um plano de ação para resolvê-lo.


2 - Execução (Do)

Hora de colocar o plano de ação na prática.


3 - Verificação (Check)

Aqui é checado se o que foi planejado está sendo executado, verificar quais resultados foram obtidos desde a execução, dentre outros itens.


4 - Ação (Act)

Parte voltada para padronização do processo em que ocorre o problema, aplicação de ações corretivas e conclusão do ciclo de melhoria, que deve ser revisado e otimizado continuamente.


No caso do Six Sigma, o DMAIC é o método em foco, com 5 etapas que são voltadas para Definir, Medir, Analisar, Melhorar/Incrementar e Controlar. Na foto abaixo destacamos sobre o que se trata cada uma delas:



Como dá para perceber, os dois ciclos são muito similares. Ambos são ensinados na metodologia conhecida como Lean Six Sigma, que se divide em 5 níveis (tipos de certificações):



Lean Six Sigma: conceitos e aplicação


Quando se fala em Lean Six Sigma, trata-se de uma metodologia que soma o melhor do Lean e Six Sigma para tornar uma organização enxuta, livre de desperdícios. Desse modo, visa reduzir os tipos de desperdícios na unidade de saúde, a variabilidade dos processos, reduzir problemas e maximizar o valor percebido pelo seu cliente final (pacientes).


Dentro desse contexto, um ambiente de trabalho enxuto seria aquele em que ocorrem vários processos - com atividades e responsáveis variados – sendo que todos são finalizados com excelência, sem demoras no tempo de espera do paciente, sem gastos desnecessários de produtos ou mesmo erros por falta de organização no ambiente de trabalho.


Ou seja, o pensamento enxuto:


  • Preza pela eliminação dos desperdícios na área da saúde;

  • Redução das atividades que NÃO AGREGAM VALOR ao seu cliente final;

  • Prioriza a EFICIÊNCIA e o valor percebido pelo serviço prestado.

Importante saber que para obter esses resultados é preciso ter uma equipe preparada e treinada em Lean Six Sigma. Os médicos, enfermeiras e analistas de processos são exemplos de profissionais que costumam investir nessa formação.


Também são profissionais que irão conhecer diversas ferramentas e métodos após concluir a certificação nessa metodologia, aprendendo sobre como aplicar barreiras contra erros (Poka-Yoke), organizar seu hospital da melhor maneira (ferramenta do 5S), dentre outros tópicos.


Durante este ciclo de aprendizado, para treinar seu pessoal e ter o conhecimento sobre a metodologia é fundamental colocá-la em prática, o que é feito através da criação de um projeto final (fictício ou não) a ser aplicado na sua unidade de saúde. Para esse projeto, uma das atividades mais importantes é voltada ao Mapeamento do Fluxo de Valor (MFV).

MFV – Mapeamento do Fluxo de Valor


Trata-se de um mapeamento que detalha:

  • Os processos que ocorrem em um local;

  • Quantas pessoas estão envolvidas em cada processo;

  • Qual é o tempo de ciclo entre processos, etc.


O MFV costuma ser aplicado na etapa 2 do DMAIC (medir) e define quais atividades geram ou não valor agregado em um processo. Nesse momento é comum calcular alguns itens como o Tempo de Agregação de Valor (TAV) e o Tempo de Não Agregação de Valor (TNAV) dos processos que ocorrem no seu local de trabalho.


Ambos irão mostrar dados importantes, como: a taxa de efetividade de um processo ou ainda, a porcentagem de agregação de valor dele. E para chegar a esses valores é imprescindível considerar o lead time - tempo de ciclo do(s) processo(s).


Mas como funciona o mapeamento de processos?


O Analista de Processos é a pessoa recomendada para fazer o mapeamento, mas lembre-se que essa é uma ação feita com apoio dos gestores e colaboração das equipes que atuam no seu local de trabalho.


Esse profissional irá a campo para entender como tudo ocorre: os processos, atividades diárias que são entregues na sua unidade de saúde, o tempo para realização de cada uma, dentre outros itens. Depois então que irá mapeá-los.


No vocabulário lean essa ida ao campo é conhecida como "Gemba" - um momento em que é preciso observar, anotar e tirar suas conclusões sobre as atividades que ocorrem em determinado local. Feito isso, será possível desenhar os processos que ocorrem na sua unidade de a saúde, para depois ter a visualização dos mesmos (de como os processos são - as is e de como deveriam ser - to be).


No primeiro mapeamento (as is) o Analista costuma entregar um desenho com os processos habituais que ocorrem no seu hospital, enquanto no segundo momento (to be) ele apresenta um mapa que representa como deveriam ser. Nesse último caso as sugestões de melhorias para o hospital já foram colocadas no mapa e o processo está otimizado, além de ter sido previamente aprovado pelos Gestores do local.


Sabe quem irá pensar nas melhorias do segundo mapa?


Serão os profissionais com certificação em Lean Six Sigma, juntamente com os Gestores do local, haja vista que são colaboradores mais do que preparados para analisar e implantar melhorias nos processos, dependendo do (Belt) de Lean Six Sigma em que estão certificados.


Exemplo de benefícios do mapeamento de processos


Imagine uma clínica de fertilização. Nela ocorrem vários processos: um voltado para o atendimento na recepção, a ida do paciente ao consultório, sua saída desse ambiente interno para a recepção, etc.


Com o mapeamento dos processos e a elaboração do Diagrama de Espaguete - outra ferramenta do Lean Six Sigma - será possível ver o fluxo do paciente na clínica. Uma possibilidade de melhoria para o fluxo poderia ser voltada para redução da espera na recepção, mas, caso esta espera já seja um problema nos dias atuais, essa é uma questão a ser resolvida com apoio do método DMAIC ou PDCA.


Vantagens do Lean Six Sigma para saúde:

Agora que você já sabe sobre os conceitos dessa metodologia, os ciclos e ferramentas que a englobam, vale a pena destacar os benefícios de aplicação do Lean Six Sigma para área da saúde. As principais vantagens que foram destacadas nesse post são:

  • Melhorias na velocidade e qualidade dos projetos;

  • Redução dos desperdícios;

  • Eliminação das atividades redundantes em processos;

  • Diminuição de falhas nos processos.


Gostou? Se você busca saber mais sobre as ferramentas e aplicação dessa metodologia, temos uma dica: baixe nosso E-Book sobre Lean Six Sigma. É gratuito!


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